Borboleta Colorida

Um lugar para expressar minhas idéias, divagações, loucuras.

20.9.04

Olá!

Demorei para começar a postar porque não sabia como iniciar, o que escrever de início. Depois de um tempo, saquei que o negócio é começar, nao interessa com o quê. Então, vou colocar algumas impressões minhas do último fim de semana, quando fui levar minha mãe ao hospital, para tomar soro devido à desidratação que ela teve.
Noite no hospital
Sala da recepção.Estou à espera da mãe. Ela veio porque está enjoada. 21:17. Abre porta, fecha porta. Entra e sai gente de todos os tipos e classes. E como não podia deixar de faltar num recinto gaúcho de verdade, um homem de bombachas, "tchê", acaba de passar pela minha frente.
Estou sentada numa posição privilegiada, no canto da sala, ao lado da porta de entrada. Vejo todos que entram, mas nem todos me veem. Me sinto quase como que uma "voyeur" da recepção. Sinto uma mistura de prazer e curiosidade em ver as pessoas, tentar adivinhar quem é o doente, quem está mal mesmo, quem não está tanto assim. E claro ver os acompanhantes dos doentes. Alguns vão com uma ou duas pessoas. Outras, como uma senhora que acaba de entrar, trazem sua comitiva. Garanto que veio até a vizinha. Veio sobrinho, neto, filho, nora, genro, marido, 2º marido, amante. Um escarcéu. Acho que o motivo da vinda se deve ao fato de ela estar bem velhinha. É, é o ciclo da vida. E melhor lugar do que esse para mostrar a vida e a morte, nao há. Uh! Chavão horrível, eu sei. Mas é interessante. Umas cadeiras distante de mim, tem uma moça com seu filhinho de dez meses no colo. A pouco, descobri que ele é o paciente. Até agora, nem acredito nisso. Ele está radiante como toda criança saudável. Feliz, inquieto, curioso. Uma demonstração de vigor, vida. Ele está com febre, mas nem por isso se abala, deixa de viver. Enquanto que aquela senhora, a da comitiva, parece estar se entregando. Mas acho que até o nenénzinho vai ter, um dia, o seu momento de entrega. Nós todos vamos ter. É a realidade. "Sé la vie"!

1 Comments:

  • At 24 de setembro de 2004 às 01:33, Anonymous Anônimo said…

    Lú, querida, saiba que a vida passa tão depressa quanto estes instantes que pareste para observar o que acontecia no mundo a tua volta.
    Aproveite-a , viva-a, nunca sabemos quando será nossa vez de chegar em comitiva ou talvez pior... SOZINHAS.
    Cultive os amigos pois aqueles que melhor forem cuidados serão os que provavelmente te acompanharão numa situação realmente difícil. EU QUERO ESTAR LÁ CONTIGO!

     

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